Diante do Altar

Diante do Altar

Mônica Caraccio

Axé a todos! Hoje, próximo daquele momento mágico e divino que é “bater cabeça” aos Orixás diante de nosso Altar Sagrado, quero que pensemos sobre a importância de nossas funções dentro de um Terreiro, quero que façamos uma rápida avaliação se estamos realmente fazendo “o melhor”. O melhor pelos outros e por nós.


Sei que as dificuldades são grandes, que os percalços da vida tumultuam as decisões quando nos referimos a uma caminhada espiritual, mas a Paz de Espírito que sentimos quando respondemos positivamente a questão acima, é superior a qualquer dificuldade, dor ou angústia.


O fato é que quando nos referimos à evolução espiritual, mais do que boa vontade, precisamos de atitudes firmes, dignas e similares às Forças Superiores das quais somos envolvidos.


Com minha experiência, percebo claramente que muitos são recebidos na Casa do Pai mas poucos são os escolhidos, poucos são os ficam.


Observo que muitos médiuns quando saem do terreiro sentem-se ofendidos, julgam demasiadamente e maldizem tudo, esquecendo que já se beneficiaram muito daquela Casa, portanto, não olham e não avaliam seu interior, não percebem a Grandeza da Espiritualidade e a verdadeira necessidade de manifestar atitudes dignas e amorosas como Simplicidade, Humildade, Colaboração, Fraternidade, Confiabilidade, Fidelidade, Boa Vontade, Renúncia, Solidariedade, Trabalho, Disciplina, Fé, Amor, Obediência, Respeito, consequentemente, não ficam naquela Casa, não conseguem ter afinidade.


O que mais lamento em nossa doutrina umbandista é que poucos médiuns entendem a afirmativa “muitos serão chamados, mas poucos serão os escolhidos”, isso quer dizer que poucos médiuns se preocupam e se esforçam para estarem na mesma vibração, na mesma energia e na mesma sintonia das Forças Superiores. Não significa ser “Santo”, tão pouco “Capacho”, mas sim reconhecer os próprios erros, se esforçar diante do Sagrado e do ser humano, melhorar a cada dia, afinal, reconhecer, se esforçar e melhorar são sinais de HUMILDADE, que é a “Regra Áurea da Umbanda”.


Constatem comigo, não entramos ou saímos de uma Casa à toa. Assim como não existem coincidências para a espiritualidade, o que existe são momentos, necessidades, tempo, permissões e principalmente Lei e Justiça Divina.


Portanto, precisamos sempre nos perguntar se estamos fazendo “o melhor”. Precisamos sempre avaliar nosso íntimo, frear nossos instintos e dominar nosso emocional para que possamos ter uma vida plena de Paz, mesmo porque, são pelas nossas atitudes e pelo nosso íntimo que somos vistos pelos Orixás e Guias Espirituais 24 horas por dia, e não somente em dias de trabalho diante do Altar ao “bater cabeça”.


Saibam, diante do Altar não tem júri e nem juiz, algemas e nem cadeia.

Diante do Altar, onde está Oxalá, somos advertidos e nos é permitido deixar a nossa carga negativa aos pés dos Sagrados Orixás.

Diante do Altar somos grandiosamente incentivados e vitalizados para percorrer o caminho da dignidade, fidelidade, amor, fé e caridade.

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