CONCEITOS NECESSÁRIOS PARA O ENTENDIMENTO DA DOUTRINA UMBANDISTA

Parte II

7. O Inferno

Não existe para nós essa concepção de castigo, e, ainda mais, sem perdão. Deus é fonte de todo Amor e fonte de todas as qualidades desejáveis no ser humano por isso mesmo Deus nunca condena.

“Deus é tão bom que mesmo aquele que não acredita em Deus um dia verá a Deus”.

Estas palavras de, se não me engano, de Papus, refletem, claramente, a verdadeira essência da relação do ser humano com Deus. Ele nos ama e quer toda a felicidade para nós, neste mundo, e nos dá todas as chances necessárias para nossa plena evolução. Assim, como podemos imaginar um caminho sem volta? Uma condenação eterna?

8. O Pecado
Não existe o pecado e, portanto, não existe a culpa. As pessoas não são culpadas pelos seus atos. São responsáveis por eles. Quando um homem pratica um ato prejudicial ao seu irmão configura-se não somente o mal causado por um ao outro, mas a ausência do Amor Fraternal pregado por Jesus o Cristo, portanto a ausência do Bem. Não se torna necessário sofrer por isso, mas aprender, reconhecendo o mal causado, buscando repará-lo e, ao mesmo tempo mantendo-se firme no propósito de não repetir tal ato não somente com aquele irmão, mas com todos os outros com os quais convive ou venha a conviver. Caso não consiga aprender na encarnação presente, terá a oportunidade de
aprender, nas suas outras encarnações, o Amor em Cristo, a solidariedade, a compaixão e a caridade, tão pregadas por nosso Pai. Esse aprendizado vem através de uma vida na qual o ser humano se dedica a atos que configurem a presença do Bem. Devemos lembrar sempre das palavras de Cristo “daqui você não sairá enquanto não pagar até o último centavo”. O sentido de pagar aqui não é o punitivo que na maioria das vezes é dado ao Evangelho, mas o do aprendizado que teremos de ter ao longo das nossas reencarnações.

9. O Livre Arbítrio
N Umbanda, o carma é um caminho de aprendizado, necessário para que o espírito chegue à luz e é decidido por ele mesmo. Não é um caminho de sofrimento e de punição por ações passadas. Os sofrimentos pelos quais passa o ser humano em nosso mundo nada mais são que o resultado de suas próprias ações e das decisões e ações da sociedade em que ele vive. A sociedade, que é o coletivo dos indivíduos tem enorme responsabilidade nas dificuldades que os indivíduos passam na terra.
Mas, por outro lado, pelo seu livre arbítrio ele decide o seu caminho de evolução. É um caminho de decisões positivas que engrandece o espírito e não um caminho de sofrimento e resgate. É uma decisão de seguir as virtudes inscritas no Evangelho de Cristo responsabilizando-se por sua própria evolução. O sofrimento, normalmente, vem da decisão de se afastar daquelas virtudes; por exemplo, o desejo insano por coisas materiais leva ao sofrimento do não ter ou ao sofrimento pela perda.
Além disso, o livre arbítrio, de acordo com nossa visão, não é uma decisão imutável. O espírito tem dois momentos especiais de exercício seu livre arbítrio:

o primeiro quando, ainda desencarnado, planeja a vida que vai levar a partir do momento em que encarnar;

o segundo, quando já encarnado, sob influência da matéria e do mundo, toma a decisão de cumprir ou não a programação feita para aquela encarnação.


Em momentos especiais de vida oportunidades são apresentadas, onde pelo menos parte do planejamento pode ser cumprida, como o ouvir a um irmão, demonstrar solidariedade, ajudar ao próximo em dificuldades, estar atento ao mundo, e a si, visando contribuir para a sua melhoria enquanto espírito e enquanto sociedade.
O Espírito, no segundo momento de livre arbítrio, é refém do Ego já que eles se dão através da mente e no plano físico.


Devemos nos lembrar, sempre, que o nosso momento de evolução é aquele no qual decidirmos voltar ao caminho programado de evolução. Como na parábola dos trabalhadores da última hora, o Senhor está sempre disposto a nos receber. A decisão é nossa.
(Blog: Umbanda Cristã)

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