CALENDÁRIO UMBANDISTA - APOIADO


O CALENDÁRIO UMBANDISTA (Sugestão)
Por Brasão de Freitas

Um calendário unificado para os Cultos Afro-Brasileiros faz muita falta, e faz também com que tanto a Umbanda como o Candomblé acabam por perder um pouco da potência vibratória (Axé) que seria movimentada num único dia por todos os Templos. Será um acontecimento tão poderoso nesses dias, que qualquer sacerdote que saiba usá-lo terá a seu dispor uma Potência Vibratória capaz de ajudar qualquer ou até todos os seus filhos de santo de forma rápida.
Muitas vezes fomos procurados por umbandistas, médiuns ou não, que gostariam de homenagear seus Orixás ou suas Entidades de trabalhos (Caboclos, Pretos Velhos e Crianças) nas festividades ou dias a eles consagrados. Foi ai que percebemos que não existia um calendário oficial de dias consagrados às Entidades e aos Orixás, e muito menos que fosse aceito por todos já que os dias festivos consagrados a alguns Orixás eram e são diferentes em diversos lugares principalmente por causa das diferenças no sincretismo religioso com a Igreja Católica. Em nossas observações e trocando ideia com outros sacerdotes (as), chegamos à conclusão que seria difícil (mas não impossível) consagrar um dia para cada Entidade que incorporasse. Então restou a ideia de homenageá-las no dia consagrado aos Orixás que elas representam em suas linhas de trabalho. Assim, qualquer Pai Velho ou Mãe Velha seriam homenageados no dia consagrado a Yorimá (Obaluaê) e Nanã Buroquê; Caboclos, Baianos, Marinheiros, Boiadeiros, no dia consagrado a Oxossi e Ossãe, a Xangô e Yansan, a Ogun e Obá, a Oxalá e Odudua, e a Yemanjá e Oxumarê; e finalmente as Crianças no dia consagrado a Yori e a Oxum.
Resolvemos então anexar a este trabalho de pesquisa, para uso dos umbandistas, um projeto de Calendário Sincrético (com base no sincretismo católico) que possa ser usado por todos os Templos a partir do instante em que estes Templos optem por ele e espiritualmente o consagrem se assim o desejarem. Para a orientação de quem possa se interessar, informamos que já existem muitos Templos que oficialmente já adotam estas datas.
Acreditamos que a unificação das datas só trará benefícios aos umbandistas, pois quanto mais pessoas consagrarem o mesmo dia para venerar uma força vibratória, maior será o poder desta força neste dia e, portanto, maior será a vibração de retorno ou Axé em resposta às comemorações.
Isto também contribuiria e muito para a qualidade das vibrações das Oferendas e Obrigações oferecidas em homenagem aos Santos e Entidades para as devidas restituições em prol das comunidades que consagraram as oferendas naqueles dias.
Por isto consideramos muito importantes estas datas muitas das quais já se incorporaram também aos rituais do Candomblé e Cultos de Nação no Brasil.
Apesar de haverem duplicidade de datas para alguns Orixás em algumas regiões do Brasil, sabemos que aos poucos na Umbanda tudo vai se aclarando no sentido de uma unificação de rituais da mesma forma que acontecia na grande nação Tupy (não existia um chefe material para a grande nação Tupy, mas todos os chefes de aldeias obedeciam a Grande Lei e as determinações do Conselho dos Chefes de Aldeias. Acreditamos que a Umbanda NUNCA terá um Chefe único terreno, mas somente Olorun como Chefe Supremo. No mais, aqui na Terra, deverá existir um “Conselho de Chefes de Terreiros”, onde cada reunião será presidida obrigatoriamente por um Chefe diferente, e o resultado da “conclusão” da maioria sobre os destinos da Umbanda, serão as Leis materiais que deverão ser respeitadas por todos (que, entretanto, possuem o direito de protesto por não concordarem, e que precisa ser analisado). Mesmo assim, se alguns templos não aceitarem a união, deverão ser obrigatoriamente respeitados pelos demais porque, como já dissemos, na Umbanda NÃO EXISTEM DOGMAS, e é primordial o DIREITO DO LIVRE ARBÍTRIO. Desta forma, quem manda num Templo Umbandista é o Pai ou Mãe de Santo que o dirige.
Vejam, pois a seguir este projeto de calendário.

Projeto Calendário Umbandista

    DATA                 ORIXÁ                  SINCRETISMO (Com a Igreja Católica)

20 de Janeiro          Oxossi                      São Sebastião

02 de Fevereiro      Odudua                    N. S. da Candelária

19 de Abril             Logunedé                 Santo Expedito

23 de Abril             Ogun                        São Jorge

13 de Maio             Yorimá                     Libertação dos Escravos

30 de Maio             Obá                          Santa Joana D’Arc

13 de Junho            Exu (Guardião)       (Data usada no Candomblé)

26 de Julho             Nanã                        Sant’Ana

24 de Agosto          Oxumarê                 São Bartolomeu

27 de Setembro      Yori (Ibeji)               São Cosme e São Damião

30 de Setembro      Xangô                      São Jerônimo

12 de Outubro        Oxum                       N. S. Aparecida

02 de Novembro    Eguns                       Finados

04 de Dezembro     Yansan (Yansã)       Santa Bárbara

08 de Dezembro     Yemanjá                   Imaculada Conceição

12 de Dezembro     Omulu                      São Lázaro

13 de Dezembro     Ossãe                        Santa Luzia

25 de Dezembro     Oxalá                        Natividade de Jesus

31/01 de Dez./Jan. Tempo/Orumilá Ifá  Passado, Presente, Futuro (juntos).

Carnaval                 Exu Pagão               Afoxé (Candomblé)

Outras datas usadas no Candomblé e alguns Templos Umbandistas:
05 de Agosto          Ewá                         N. S. das Neves
10 de Agosto          Irokô (Locô)            São Lourenço

Queremos esclarecer que este calendário tal como apresentado acima é utilizado em todos os rituais e cursos ministrados pelo Instituto De Teologia De Umbanda Popular. Repetimos que não queremos dogmatizar nada. Comemorações feitas em outras datas por outros Templos Umbandistas também são válidos, pois a consagração das datas depende das determinações do Guia Chefe ou do Sacerdote/Sacerdotisa responsável pelo Templo.
Este Calendário é apenas uma Síntese do que aprendi e vejo no dia a dia do Candomblé e da Umbanda, com base no sincretismo planetário com os Santos da Igreja Católica. Sincretismo iniciado pelos escravos africanos no Brasil, desde a época da escravidão e mantido até os dias de hoje.

Brasão de Freitas

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